A UE coloca o dinheiro de volta no bolso das mulheres com uma nova transparência salarial

Em breve, as empresas terão que divulgar informações salariais aos funcionários e, assim, expor possíveis diferenças salariais entre gêneros. O Parlamento Europeu votará hoje a favor dessas novas regras de transparência. "A diferença salarial entre os gêneros é de 13% na UE. Isso significa que as mulheres teriam que trabalhar 1,5 mês a mais para compensar a diferença. A Diretiva de Transparência Salarial levará a espaços de trabalho mais justos", disse Sirpa Pietikäinen MEP, negociadora do Grupo EPP para a nova lei no Comitê de Direitos da Mulher.

Quando as novas regras de transparência entrarem em vigor, a empresa terá a obrigação de divulgar o salário proposto ao anunciar um emprego. "Isso combate as disparidades salariais desde o início da carreira em uma empresa. Além de salário igual para trabalho igual, isso incentiva as mulheres a serem ambiciosas. Ter mais mulheres no local de trabalho, inclusive em cargos mais altos, leva à diversidade, o que é sempre bom para as empresas, para nossa economia e para nossa sociedade como um todo", continuou Pietikäinen.

"As disparidades salariais afetam o bem-estar financeiro e a independência das mulheres, especialmente quando se percebe que a diferença de aposentadoria entre os gêneros na UE é ainda maior e chega a 30%. Precisamos erradicar a diferença salarial na Europa. Já chega", acrescentou Maria Walsh MEP, negociadora do Grupo EPP no Comitê de Emprego e Assuntos Sociais. "Esse acordo é um marco para a igualdade de gênero. As novas regras colocam dinheiro de volta nos bolsos das mulheres em toda a Europa e terão um impacto positivo fundamental em nosso mercado de trabalho."

O Grupo do PPE também reconhece as implicações financeiras para as empresas. "É por isso que garantimos queas medidasincluam o chamado 'modelo de escada' para aliviar a carga e ajudar as empresas menores a adotar as medidas de transparência salarial gradualmente, passo a passo", acrescentou Walsh. As empresas com menos funcionários têm mais tempo para cumprir as novas regras, o que lhes permite implementar as mudanças necessárias sem serem desproporcionalmente sobrecarregadas por pressões administrativas ou financeiras.