A Europa deve assumir o comando

11.09.2025

A Europa deve assumir o comando

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Uniformes

A ilusão da paz perpétua na Europa desmoronou. A guerra na Ucrânia, o ressurgimento de regimes autoritários e a crescente instabilidade no flanco sul da Europa destruíram décadas de complacência estratégica. A era pós-Guerra Fria dos "dividendos da paz" chegou ao fim.

Diante de um cenário de segurança global dramaticamente alterado e com os Estados Unidos demonstrando um compromisso cada vez menor com a segurança europeia, a Europa não pode mais se dar ao luxo de permanecer estrategicamente dependente. Precisamos agir - e precisamos agir juntos. Nossos cidadãos esperam uma segurança tangível, não uma retórica grandiosa, e é responsabilidade da Europa cumpri-la.

Chegou a hora de construir uma estrutura de Comando e Controle (C2) europeia permanente e totalmente equipada: um quartel-general militar multinacional robusto capaz de liderar operações autônomas, coordenar os esforços dos Estados-Membros e integrar o poder militar aos instrumentos diplomáticos, informativos e econômicos da Europa.

Chegou a hora de construir uma estrutura de Comando e Controle (C2) europeia permanente e totalmente equipada: um quartel-general militar multinacional robusto, capaz de liderar operações autônomas, coordenar os esforços dos Estados-Membros e integrar o poder militar aos instrumentos diplomáticos, informativos e econômicos da Europa.

As nações europeias já estão demonstrando a vontade política de agir em conjunto. Operações como Takuba, ASPIDES e Atalanta provam que a cooperação é possível, mesmo fora da estrutura convencional da Política Comum de Segurança e Defesa (CSDP). Mas essas estruturas ad hoc não substituem uma capacidade integrada e permanente. Muitas vezes, as operações são executadas a partir do quartel-general de uma nação líder ou até mesmo delegadas à estrutura de comando da OTAN por falta de uma alternativa europeia. Essa fragmentação desperdiça tempo e prejudica a responsabilidade.

Se a Europa quiser ser um ator geopolítico sério, deverá estabelecer um quartel-general militar unificado projetado não apenas para gerenciar crises, mas também para lutar e vencer em conflitos de alta intensidade. Isso representaria uma mudança de paradigma em termos de pessoal, recursos e tecnologia, incluindo a necessidade de redes digitais e ferramentas de comunicação seguras e controladas pela Europa.

O atual Estado-Maior da UE (EUMS) tem recursos alarmantemente insuficientes, operando com um orçamento anual de 30 milhões de euros e com apenas cerca de 100 funcionários. O SHAPE, o quartel-general da OTAN, foi construído para o combate e tem, proporcionalmente, 15 vezes mais pessoal operacional. É hora de fazer a transição para um "EUMS+".

A Europa já compartilha doutrinas, treina em conjunto e faz implantações conjuntas. Mas a integração estratégica exige mais: governança revisada do EUMS, compartilhamento de inteligência, logística comum e harmonização das aquisições de segurança e defesa, com uma clara preferência europeia. E, o mais importante, um consenso político sobre quem decide em tempos de crise. Um comando eficaz é impossível com uma liderança fragmentada.

A autonomia estratégica dentro de cinco a seis anos é uma meta alcançável, desde que iniciemos essas reformas agora e aloquemos um orçamento de defesa europeu compatível com os desafios futuros. Os atuais 0,8% do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) são insuficientes. Tanto a Comissão Europeia quanto os presidentes do Conselho Europeu pediram, com razão, que os Estados-Membros aumentassem seus gastos militares acima da marca atual de 2%. Entretanto, a própria UE também deve tomar a iniciativa e garantir que os investimentos relacionados à defesa no próximo MFF reflitam essas prioridades. Isso significa tratar a defesa com a seriedade de uma verdadeira política europeia.

Isso também exigirá repensar a Bússola Estratégica. A questão hoje não é como complementar a OTAN, mas se estamos preparados para o momento em que o apoio americano pode estar ausente ou diminuído. Como a presidência de Trump demonstrou, esse momento não é mais hipotético; é uma realidade previsível.

A retórica deve dar lugar à determinação. Temos os recursos, o know-how e o potencial militar coletivo. O que precisamos agora é ter a coragem de usá-los com sabedoria e de forma independente. Estabelecer um comando europeu autônomo é provar que a União Europeia pode assumir a responsabilidade por sua própria segurança quando isso for mais importante. É um passo ousado, mas necessário para uma União que aspira à relevância geopolítica.

A retórica deve dar lugar à determinação. Temos os recursos, o know-how e o potencial militar coletivo. O que precisamos agora é ter a coragem de usá-los com sabedoria e independência. Estabelecer um comando europeu autônomo é provar que a União Europeia pode assumir a responsabilidade por sua própria segurança quando isso for mais importante.

De acordo com o Comissário para Defesa e Espaço, Andrius Kubilius, a Europa enfrenta um duplo imperativo: preparar-se para uma possível agressão russa no curto prazo e planejar um reequilíbrio de longo prazo da aliança transatlântica. Ambos exigem a mesma base: prontidão institucional, capacidade comum e vontade política.

Não vivemos mais em um mundo baseado em regras. A força bruta, e não a diplomacia, molda cada vez mais os resultados globais. Se a Europa quiser continuar sendo um ator, e não apenas um campo de jogo, ela deve se equipar de acordo.

Uma estrutura C2 europeia permanente e autônoma não é apenas uma necessidade militar. É um teste da maturidade política da Europa. Nós temos as ferramentas. Temos o know-how. O que precisamos agora é de coragem para liderar. O Grupo PPE está pronto para mostrar o caminho.

Notas aos editores

O Grupo PPE é o maior grupo político no Parlamento Europeu, composto por 188 deputados de todos os Estados Membros

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