Não há refúgio para o dinheiro sujo do crime organizado

ʺA Europa tem de estar mais bem equipada para combater as redes criminosas e as suas tentativas de branqueamento dos seus ganhos ilícitos. Não deve haver santuário na Europa para o dinheiro sujo do crime organizado", afirmaram os eurodeputados do Grupo PPE, Emil Radev e David Casa, antes do debate de hoje no Parlamento Europeu sobre o plano da Comissão Europeia para reforçar a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

"Queremos um papel muito mais forte para nossa unidade policial comum, a Europol, e seu recém-criado Centro Europeu de Crimes Financeiros e Econômicos. Ao mesmo tempo, é importante que o recém-criado Ministério Público Europeu se torne operacional o mais rápido possível e incentivamos todos os Estados-membros da UE a se juntarem a ele", explicou Radev, que negociou a resolução parlamentar sobre esse tópico, que será votada na sexta-feira.

ʺO regime de combate à lavagem de dinheiro da União Europeia deve ser mais robusto. As diferenças na transposição criaram vulnerabilidades que podem ser exploradas pelos criminosos e que criam obstáculos para os negócios honestos. Isso pode ser resolvido por meio de um regulamento", disse Casa, que negociou a mesma resolução em nome da Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento.

"As leis não valem o papel em que são impressas, a menos que sejam aplicadas. Há muitos casos em que a exposição da corrupção de alto nível e da lavagem de dinheiro recaiu apenas sobre jornalistas investigativos. Precisamos aprender com os casos de Daphne Caruana Galizia e Ján Kuciak e fortalecer nossos mecanismos de supervisão e aplicação", enfatizou Casa.

Radev também se referiu aos passaportes por meio de esquemas de investimento para obter um passaporte da União Europeia, que existem em alguns Estados-Membros: "Esses esquemas devem ser interrompidos, especialmente nos casos em que há falta de transparência e verificação suficiente."