A Inteligência Artificial pode aumentar a produtividade europeia de 11 a 37% até 2035

"O relatório do Parlamento Europeu mostra que a Inteligência Artificial (IA) impulsionará a digitalização e será um divisor de águas para a concorrência digital global. A UE poderá assumir a liderança em IA", disse Axel Voss, membro do Parlamento Europeu, ao comentar o relatório final do Comitê Especial do Parlamento Europeu sobre Inteligência Artificial.

Voss liderou o relatório que deve ser adotado pelo comitê ainda hoje. A Comissão de Inteligência Artificial foi criada em 2020 para apresentar um roteiro das medidas que a UE precisa tomar para responder aos desafios econômicos e sociais da IA. O relatório final destaca a necessidade de a UE agir rapidamente para aproveitar as oportunidades que as tecnologias de IA têm a oferecer.

Voss define as soluções que a IA pode revelar, por exemplo, no setor de saúde, o que poderia salvar e melhorar milhões de vidas, como acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos, tratamentos personalizados e desenvolvimento de medicamentos específicos para os pacientes. A IA também pode desempenhar um papel significativo no mercado de trabalho, substituindo tarefas rotineiras, intensivas em mão de obra ou perigosas e, assim, criando empregos novos e de maior valor agregado. Se combinada com a infraestrutura de suporte e o treinamento necessários, a IA pode aumentar substancialmente a produtividade europeia em 11% a 37% até 2035, diz o relatório da Voss.

"A UE tem a oportunidade única de promover uma abordagem de IA centrada no ser humano e confiável, com base nos direitos fundamentais e na minimização de riscos, aproveitando ao máximo os benefícios que a IA pode trazer para a sociedade como um todo, inclusive nos setores de saúde, sustentabilidade, mercado de trabalho, competitividade e segurança", enfatizou Voss.

No entanto, a IA também traz desafios que a UE precisa enfrentar. O Grupo PPE quer uma estrutura legal que impeça a vigilância ilegal, a disseminação de desinformação e o uso de pontuação social - como usado em países como a China.

"Há também ameaças significativas se Estados autoritários como a China e a Rússia nos vencerem em termos tecnológicos. Mas, com vontade política, investimento financeiro e segurança jurídica suficientes, acredito que podemos atrair investimentos e promover inovações líderes no mundo", disse Eva Maydell, eurodeputada e porta-voz do Grupo PPE na Comissão Especial.

Nos últimos anos, a UE ficou para trás na corrida global da IA. No entanto, a UE possui uma vantagem fundamental em sua experiência de definição de padrões. O Grupo PPE quer um ambiente regulatório harmonizado, flexível e baseado em riscos, evitando barreiras administrativas desnecessárias para PMEs e start-ups.

"Precisamos de uma estrutura jurídica que responda a quatro desafios: devemos deixar espaço para a inovação, harmonizar o mercado digital com padrões claros, maximizar o investimento e criar uma infraestrutura digital robusta e sustentável acessível a todos os cidadãos", enfatizou Voss.

O relatório final de hoje será apresentado ao plenário do Parlamento em maio.