Lídia Pereira saúda acordo da COP30 e alerta que o não-acordo seria desastroso para o clima e para o multilateralismo

23.11.2025 14:45

Lídia Pereira saúda acordo da COP30 e alerta que o não-acordo seria desastroso para o clima e para o multilateralismo

Aviso importante

Os pontos de vista aqui expressos são opiniões da delegação nacional e nem sempre reflectem as posições do Grupo parlamentar do PPE

Earth covered in smoke from polution

A eurodeputada Lídia Pereira, Presidente da Delegação do Parlamento Europeu à COP30, reagiu ao acordo alcançado em Belém do Pará, sublinhando que, apesar das limitações do texto final, a União Europeia conseguiu proteger todos os seus elementos essenciais e evitar o colapso das negociações.

“A Europa conseguiu garantir avanços concretos na COP30 e evitou um não-acordo que seria desastroso para o clima e para o multilateralismo a nível global” - afirma Lídia Pereira, para quem “um não-acordo significaria uma vitória direta das forças que tentaram bloquear a COP30, onde infelizmente se inclui o Presidente dos EUA, Donald Trump”.

A COP30 decorreu num contexto particularmente difícil, marcado por tensões geopolíticas, pelo papel ativo dos BRICS, grupo onde se inclui a China, e por uma presidência brasileira que revelou dificuldades em elevar a ambição climática, sobretudo no capítulo da mitigação. 

Ainda assim, Lídia Pereira destaca que a delegação chinesa, com quem reuniu, se apresentou “construtiva e a querer colaborar ativamente com a Europa no combate às alterações climáticas, inclusive com uma estratégia para alcançar a neutralidade carbónica até 2060.

O texto final do acordo protege o quadro financeiro acordado em cimeiras anteriores e introduz um compromisso político para triplicar o financiamento internacional à transição climática, até 2035, o que é visto como “um sinal claro de solidariedade e responsabilidade internacional para com os países mais vulneráveis” - sublinha Lídia Pereira.

Na dimensão geopolítica, a eurodeputada portuguesa considera que um dos aspetos mais relevantes desta COP foi a recomposição das alianças internacionais, pois a União Europeia não esteve sozinha. O Reino Unido reaproximou-se das nossas posições e o G20 confirmou a urgência de acelerar a ação climática

Lídia Pereira destaca ainda a criação do evento político de alto nível dedicado à implementação das medidas acordadas, que “permite manter a pressão internacional sobre os maiores emissores”. No que respeita à energia, apesar da ausência de uma menção direta ao abandono dos combustíveis fósseis, foi lançada uma iniciativa plurilateral para acelerar a transição.

A eurodeputada do PSD realça que o texto final reconhece, pela primeira vez desde a COP do Dubai, em 2023, que existe “um fosso entre as metas anunciadas e aquilo que é necessário para manter o objetivo de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C, sendo este um ponto que a União Europeia defendia desde o primeiro dia”.

No balanço final, a Presidente da Delegação do Parlamento Europeu considera que a COP30 não fecha todos os dossiês, mas assegura condições para que a década de 2030 seja, finalmente, uma década de implementação.

A COP30 não resolve tudo, como nenhuma COP resolve. Mas deu-nos avanços concretos e manteve o caminho aberto para acelerar a execução. Agora é a altura de transformar os compromissos em resultados, porque o tempo para cumprir o Acordo de Paris está a esgotar-se.” - conclui Lídia Pereira.

Notas aos editores

O Grupo PPE é o maior grupo político no Parlamento Europeu, composto por 188 deputados de todos os Estados Membros

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